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Publicado: 31 de Outubro de 2019

Número de acidentes na linha férrea apresenta queda em todo o país

Investimentos contínuos em modernização, treinamentos e campanhas fizeram com que o setor ferroviário de carga atingisse padrões internacionais de segurança

Foto: Divulgação
Trecho da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM).

A locomotiva Baroneza, o primeiro trem a circular no Brasil, em 30 de abril de 1854, inaugurou os 18 km da estrada de ferro que ligava o Porto de Estrela à Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Nesse dia iniciou a história do transporte sobre trilhos em um Brasil imperial que, na época, tinha quase oito milhões de habitantes. 

Passados mais de 160 anos, o país conta com uma malha ferroviária com mais de 30 mil quilômetros, mais de 100 mil vagões em tráfego diário, que convivem dia a dia com 209 milhões de habitantes, viadutos, prédios, ocupações irregulares e problemas sociais que afetam o mundo moderno.

Todo esse contexto geográfico e demográfico no qual os trilhos ficaram confinados trouxe não só o desenvolvimento mas também os acidentes. Como as ferrovias são centenárias, ao longo dos anos as cidades cresceram muito perto das vias, o que gerou e ainda gera impactos na segurança. 

De acordo com a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), em 1997, quando havia menos trens circulando, eram 75,5 acidentes por milhão de trens/km (número total de acidentes com a frota em tráfego e a quilometragem percorrida por esta frota). Em 2018, foram 10,7 acidentes por milhão de trens/km, o que significa uma redução de mais de 86%.

Essa redução foi pos´sível por conta dos investimentos em modernização tecnológica, treinamentos e manutenção dos trens e linhas férreas. Além disso, campanhas regionais, tais como atuações junto às comunidades lindeiras às ferrovias, orientação nas escolas e blitz educativas nas passagens em nível ajudaram o setor ferroviário de carga a atingir padrões internacionais de segurança. 

Foto: Divulgação
Linha férrea em Cariacica. 

De acordo com Michel Bruno Taffner, professor do curso Técnico em Manutenção de Sistemas Metroferroviários, para uma convivência harmoniosa entre ferrovia e comunidade, é preciso estar atento às normas de segurança. 

"Os centros urbanos foram construídos no entorno das ferrovias. Em termos de convivência, a grande questão é a cultura que a população e a ferrovia devem ter para um trânsito melhor. As comunidades precisam entender que a ferrovia está ali a mais tempo e que circulam veículos grandes, com peso, que podem causar acidentes graves. A população precisa entender o espaço da rodovia, a legislação de trânsito. E as ferrovias precisam trabalhar com campanhas e sinalização", afirmou o professor. 

Michel ainda explicou que é preciso muita atenção ´para que as crianças não brinquem perto da ferrovia ou em cima dos trilhos. "O trem muitas vezes se aproxima sem que a pessoa perceba, por isso é importante ter o cuidado de não estar muito próximo aos trilhos". 

Ouça abaixo as orientações de segurança passadas pelo professor:

No Brasil, há mais de 12 mil passagens em nível (cruzamento de uma via rodoviária e uma linha férrea), sendo que 2.659 são consideradas críticas, de acordo com números do boletim estatístico da CNT (Confederação Nacional do Transporte). 

Conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), deixar de parar o veículo antes de transpor linha férrea é infração gravíssima (sete pontos na CNH), além de gerar multa como penalidade. As concessionárias devem atuar em conformidade com orientações da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) sobre a utilização de dispositivos que colaborem para a segurança da operação. 

Na trilha dos Valores

A Mineradora Vale detêm uma das ferrovias mais seguras e produtivas do Brasil, consideradas uma das mais modernas do mundo.

A Estrada de Ferro Vitória a  Minas (EFVM) tem 905 quilômetros de extensão e transporta aproximadamente 30% de toda a carga ferroviária do país. Além de cargas como soja, aço, minério de ferro, carvão e calcário, na EFVM circula o único trem de passageiros diário do Brasil. 

Foi justamente pensando em contribuir para a segurança ferroviária que a Vale criou o projeto "Na trilha dos valores", que funciona desde 2014 em parceria com a OSCIP Colorir Criando Valores. As ações acontecem em escolas de Ensino Fundamental I, localizadas em regiões vizinhas à ferrovia. Segundo a Analista de Relações com Comunidade na Vale, Mariana Diniz,  mais de 9 mil crianças já foram atendidas pelo projeto. 

"Desenhamos esse projeto pensando no respeito às comunidades, valorizando a vida. Porque nenhuma empresa quer que aconteça acidente com a comunidade. Esse projeto é realizado durante o ano todo e o aproveitamento é muito positivo", disse Mariana.

Ainda segundo Mariana, os retornos para a empresa têm sido muito positivos. "O primeiro retorno que temos é a aproximação da comunidade com a Vale. Além disso os resultados de fato em números de redução de apedrejamento, redução de ocorrência ferroviárias, a gente conquistou isso com o projeto", explicou.   

O psicopedagogo e Diretor da Oscip Colorir (parceira do projeto NTV) Eugênio Fernandes explicou a importância do projeto para as crianças que moram em regiões vizinhas aos trilhos. "Elas vivem nessas comunidades, e veem esse trem passando todos os dias, mas nunca tiveram acesso como passageiros. Eles nunca tiveram a chance de estar dentro do trem, ter esse contato faz com que eles se sintam valorizados", disse Eugênio . 

Com o passar dos anos, as operações da EFVM foram modernizadas para aumentar a eficiência tanto operacional quanto energética, a capacidade, a produtividade e a segurança. Blitze educativas em passagens em nível (locais onde há cruzamento entre a ferrovia e as estradas), divulgação de dicas de segurança, visitas de autoescolas às áreas da Vale e jogos educativos nas comunidades fazem parte das atividades.

EFVM em números

- 905 quilômetros de extensão

- 664 km é o percurso completo percorrido pelo Trem de Passageiros

- 30 pontos de embarque e desembarque

- 42 municípios atendidos

- 1 milhão de passageiros transportados por ano (média histórica)

Preço da passagem (percurso completo):

- Executiva - R$ 105,00

- Econômica - R$ 73,00

Retirado do site: https://www.services.folhavitoria.com.br/geral/noticia/10/2019/numero-de-acidentes-na-linha-ferrea-apresenta-queda-em-todo-o-pais?fbclid=IwAR1BXBTdVRELc3-mgLpWm9yUm4xhORVAI0HoiV1rHLd066pA12YA8fN6Rl0
 

 

 


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